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Mulheres de cinco aldeias do povo Manoki na TI Irantxe recebem doação da Mandala Lunar 2024

Ampliar os saberes indígenas e dos povos originários é um desejo da Mandala Lunar que vem se concretizando de diferentes formas nos últimos anos. Nas últimas edições, mulheres indígenas têm colaborado na composição dos conteúdos, trazendo textos e ilustrações com suas visões de mundo e práticas de vida — infelizmente ainda não conhecidas por muitas pessoas.

Em 2021 uma organização social da Mandala Lunar foi criada e passou a somar nesse desejo. A Amaluna começou a distribuir exemplares da Mandala Lunar em diferentes territórios indígenas, também realizando rodas de conversa junto a mulheres indígenas. Para além da intenção de que essa ferramenta de autoconhecimento e transformação chegue a mulheres diversas ou com condições de acesso restrito, o diálogo aos poucos estabelecido enseja mover o interesse pelas múltiplas, singulares e pelas próprias (e coletivas) formas de conhecer, de sentir, de cuidar do corpo e da terra. E nesses fluxos de trocas, também a Mandala Lunar vem se transformando ao longo das últimas edições.

Doações da Mandala Lunar 2024

A edição de 2024 foi entregue pela primeira vez para mulheres do povo Manoki na TI Irantxe (Mato Grosso), nas aldeias Treze de Maio, Cravari, 12 de Outubro, Cachoeirinha e Paredão.

Elas são pertencentes a duas organizações do povo Manoki, a Watoholi e Manok Pyta, e receberam 50 unidades da Mandala, que foram entregues no mês de janeiro para uso tanto de mulheres adultas como de adolescentes.

Tipuici Manoki, que recebeu a Mandala, comenta: “A iniciativa da criação das mandalas para acompanhar o ciclo menstrual é muito interessante. E este ano tenho prestado mais atenção no meu ciclo, e as Mandalas estão sendo importantes para fazer anotações do que vêm acontecendo a cada dia.Nós nunca tivemos acesso a esse tipo de material, é a primeira vez que conseguimos essas mandalas.”

Também as meninas que estão se aproximando do momento de receber sua primeira menstruação puderam entrar em contato com essa ferramenta potente. “O livro é super importante para nós, mulheres e adolescentes, lermos e ao mesmo tempo conhecermos e entendermos nosso corpo. Ainda mais para nós, meninas, que estamos tendo nossa primeira menstruação, entramos em uma fase sem saber de nada, não conhecemos nada, temos que aprender sozinha, isso é para a vida toda”, comenta Edylza Kamembia ao relatar a importância desse conhecimento para uma jornada de vida. E completa dizendo que “o livro facilita o conhecimento sobre nosso corpo, para as meninas não ficarem perdidas e sem saber o que fazer, gostei muito do livro”.

Outras distribuições realizadas

A edição de 2024 também foi entregue para outras mulheres indígenas de diferentes etnias e territorialidades que já haviam recebido doações em anos anteriores. Fazem parte desse grupo:

Mulheres Huni Kuin – Acre;

Estudantes indígenas da UFRGS (Kaingang e outras etnias) – Rio Grande do Sul;

Coordenação de Mulheres da FOIRN – Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (etnias Baniwa, Tukano, Desana, entre outras),  mulheres Witoto (Parque das Tribos – Manaus) e Sateré Mawe (Centro de Saúde Indígena) – Amazonas;

Mulheres Pankararu – Pernambuco;

Estudantes indígenas do curso de Licenciatura Intercultural Indígena da UFSC (Kaingang, Guarani, Xokleng entre outras etnias) – Santa Catarina;

Puri – Rio de Janeiro; 

Suraras – Pará e 

Anmiga – Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade.

Indique uma instituição

A equipe da Amaluna segue em contato com instituições, coletivos, organizações ou causas lideradas por mulheres negras, indígenas, camponesas e/ou periféricas em situação de vulnerabilidade social. Se você conhece algum projeto com o qual podemos colaborar, preencha o formulário para indicação de projetos sociais aqui.

A Amaluna é a área social da Mandala Lunar. Foi criada em 2021 a partir de um desejo de apoiar instituições, coletivos, organizações ou causas lideradas por mulheres negras, indígenas, camponesas e/ou periféricas em situação de vulnerabilidade social. 

Parte dos recursos recebidos com as vendas da Mandala Lunar são destinados para mobilizações que atuam na promoção da segurança alimentar, educação, autonomia e dignidade menstrual e no combate à violência de gênero.

Saiba mais sobre as iniciativas da Amaluna.

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