A observação atenta nos leva a perceber que tudo na natureza passa por um ciclo de nascimento, crescimento, plenitude e declínio – seguido de um renascimento e assim por diante. Os ciclos de vida-morte-vida que vemos no ambiente fora de nós se manifestam também em nosso corpo no ciclo menstrual, que rege nossos ritmos hormonais e emocionais.
O clima, a luz e o calor solar atuam sobre os ritmos fisiológicos de praticamente todos os seres vivos dando o compasso de como nosso organismo funciona. Independente de como nos relacionamos com a natureza, somos influenciados por astros a milhões de quilômetros de distância de nós e organizamos nossas vidas a partir desses ciclos.
Foi a curiosidade humana com sede de compreender o mistério do cosmos que levou os seres humanos a buscar entendimento sobre os ciclos naturais e da previsibilidade de suas ocorrências. Nossos ancestrais desvendaram que os dias, as fases lunares, os solstícios, equinócios e eclipses são regidos por danças exatas e previsíveis dos corpos celestes. Suas descobertas abriram caminho para todas as incríveis revelações e conquistas do campo da Astronomia.
Há quase cinco séculos usamos o calendário Gregoriano no Ocidente, que foi exportado da Europa para grande parte do mundo e hoje é considerado um calendário universal. Desalinhado dos ritmos naturais, este calendário sobrepõe um modelo matemático e racional sobre os padrões fluidos e orgânicos da natureza. Na tentativa de controlar o tempo e os ciclos, terminam por nos desconectar dos eventos naturais. Vivendo em grandes e iluminados centros urbanos, podemos muitas vezes passar dias ou até semanas sem observar a Lua e perceber as mudanças do seu ciclo. Retomar o calendário lunar e também o solar nos permite estarmos mais atentas e conscientes das fases da Lua, da entrada das estações, e assim estarmos atentas para os períodos em que a terra descansa, floresce e oferece seus frutos, nos conectando de volta com os ritmos da vida.
O ciclo menstrual e a lua mantém uma relação íntima, e se observarmos, a própria palavra menstruação deriva do latim mensis (mês), que por sua vez é uma palavra relacionada a mene que significa “Lua” no grego antigo. Nesse sentido, estar atenta à Lua, e a como ela influencia os ciclos femininos é um importante caminho de autoconhecimento para mulheres. Dessa forma, com a intenção de aumentar nossa consciência em relação aos ciclos da Lua propomos na Mandala Lunar uma percepção do tempo ligada diretamente à natureza cíclica, contando o tempo em lunações. Uma lunação dura pouco menos de um mês (29 ou 30 dias) e inicia sempre no primeiro dia de lua nova. Nela ocorrem as quatro fases da Lua: nova, crescente, cheia e minguante. Assim como as estações, cada lunação do ano carrega sua própria energia e delimita um espaço temporal.
Esse texto foi escrito por nós para a Mandala Lunar 2018 e faz parte também da de 2019. A Mandala Lunar deste ano conta com muitos outros conteúdos inspiradores sobre os ciclos da natureza, mulheres, saúde, entre outros.
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Ilustração: Chana de Moura