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Contagem do tempo a partir das lunações

Na Mandala Lunar, a contagem do tempo é pautada pelos ciclos da Lua e do Sol, propondo a percepção da passagem do tempo a partir dos ciclos da natureza. A retomada desses dois calendários nos permite estar mais conscientes e atentas aos períodos que a Terra descansa, floresce e oferece seus frutos – reconectando-nos aos ritmos naturais. 

Calendário gregoriano

O calendário mais antigo de que se tem notícia surgiu por volta de 2.700 AEC, na Mesopotâmia, provavelmente entre os sumérios, tendo sido aprimorado pelos caldeus. O calendário marcava anualmente 12 meses lunares de 29 ou 30 dias, começando sempre na lua nova, e cada ano tinha 354 dias de duração. Esse sistema foi a base para o calendário judaico. Já o primeiro calendário solar foi criado pelos egípcios, quase um milênio depois, e tinha 365 dias. Mais tarde, no século XIV, o Papa Gregório, da Igreja Católica, instituiu o calendário conhecido hoje como gregoriano, que não sofre influência dos movimentos dos astros. Ele foi exportado da Europa para grande parte do mundo e é considerado atualmente o calendário universal.

A origem dos meses do calendário gregoriano está nos ciclos da Lua. E um ano é o tempo aproximado de uma volta da Terra em torno do Sol. Mas esses dois fenômenos não têm uma correspondência temporal exata. Para que os 12 meses totalizassem os 365 dias, alguns meses ganharam 30 e outros 31 dias e cada mês foi organizado para que tivesse as quatro fases da Lua completas.

A sistematização da contagem do tempo em meses, no entanto, teve como consequência a desconexão dos eventos naturais de marcação do tempo (solstícios, equinócios e lunações) como pontos principais de virada.

A Mandala Lunar e a contagem do tempo pelas lunações

A lunação é o ciclo natural que deu origem ao mês do calendário gregoriano, mas, diferentemente deste, as lunações são ciclos da natureza, visíveis e com influência sobre oceanos e plantas, enquanto os meses são uma sistematização do tempo criada pelos humanos.

Uma lunação é o tempo transcorrido entre duas luas novas. As lunações têm 29 ou 30 dias, mas não são sincrônicas com os meses do calendário gregoriano. Por isso, geralmente iniciam em um mês e terminam em outro.

Na edição 2023, o primeiro diagrama lunar começa no dia 21 de janeiro – que é quando temos a primeira lua nova do ano. A última será no dia 12 de dezembro. Este ano tem 12 lunações, mas outros, em que a primeira lua nova ocorreu mais cedo, tiveram 13 lunações.

A dança da Lua, do Sol e da Terra

A Lua gira ao redor da Terra enquanto a Terra gira ao redor do Sol. Nessa dança, leva 29,5 dias para dar uma volta completa ao redor do globo terrestre. Este também é o tempo exato que ela leva para girar em torno de si mesma, fechando uma sincronia perfeita que faz com que, desde a Terra, sempre vejamos a mesma face lunar. Sua parte não visível é chamada de lado oculto da Lua.

Enquanto dança, às vezes, a Lua fica entre a Terra e o Sol e, outras, atrás da Terra. Por isso, em cada momento, partes diferentes da face visível da Lua são iluminadas pelo Sol, criando as fases da Lua para os observadores terrestres.

Além disso, a Lua reflete a luz solar para a Terra. Por isso, à medida que ela se movimenta, o alcance do Sol sobre sua superfície varia. Em determinado momento, a face iluminada da Lua está totalmente voltada para o Sol, criando, do ponto de vista da Terra, a lua nova. O contrário acontece na lua cheia quando toda a face iluminada do satélite está virada para a Terra.

Existe uma relação, por exemplo, entre a lua nova, o solstício de inverno e o primeiro dia de menstruação. São os ápices de contração, escuridão ou recolhimento – como a retração de uma onda do mar antes de expandir. E é por esse motivo que as lunações iniciam na lua nova. Da mesma forma, há também uma relação entre a lua cheia, a ovulação, o solstício de verão e o pico da onda, por serem os ápices de expansão dos ciclos.

Conecte-se aos ciclos naturais

Convidamos você a reconectar-se com seus ritmos internos e com os da natureza ao redor e acompanhar a dança da Lua, do Sol e da Terra, da qual somos parte.

Na medida do possível, podemos tentar usar as marcações do tempo como âncora ou impulso para um planejamento alinhado com a natureza externa (solstícios, equinócios e fases lunares) ou interna (menstruação, ovulação e outros ciclos pessoais próprios).

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