A presença humana causou mudanças tão significativas sobre a Terra que alguns pesquisadores sugerem que ela inaugura uma nova era geológica: o antropoceno. O conceito, criado com a intenção de nomear e denunciar o impacto humano negativo no planeta, omite um dado importante: nem todos os humanos estão incluídos nesse antropoceno, pois não é a presença humana em si que é devastadora, mas um tipo específico. Por isso, capitaloceno é o nome que identifica melhor essas forças nocivas que estão destruindo nossos mundos: o capitalismo e o colonialismo baseados na violência colonial, no extrativismo, na misoginia e na supremacia branca.
É nesse cenário que estamos vivendo um dos momentos mais críticos da história em que enchentes e secas causadas pelo aquecimento global e pelo desmatamento na Amazônia afetam o mundo todo e a sexta extinção em massa da biodiversidade está em curso. Tudo isso ainda é pouco perto do que se aproxima. Precisamos urgentemente mudar nosso modo de produzir, de consumir e de pensar sobre o que é valor e riqueza, rever nossa forma de estar e pisar na Terra.
Essas forças se beneficiam nos fragmentando, criando e apoiando os conflitos que nos distanciam. Precisamos nos unir e encontrar nossa luta comum: a luta pela Terra. Vamos precisar reconstruir nossas relações, furar nossas bolhas e, com curiosidade amorosa, escutar e buscar compreender as lentes forjadas pela manipulação de anos de desinformação. Será preciso muita humildade, empatia e estratégia para mudar este cenário e regenerar nossas relações.
Para libertarmos nosso futuro, precisamos imaginar, confabular e criar outros mundos, cultivar o afeto, os sonhos, a imaginação, o encantamento e as artes; são elas que vão evocar outros mundos. Descolonizar nosso imaginário e devolver as terras aos povos originários, proteger seus direitos e entregar os territórios ancestrais para aqueles e aquelas que cuidam das florestas, de suas águas e dos seres que ali vivem.
Conspirar com as plantas, nossas aliadas na vida terrestre, é um dos chamados que trazemos aqui como inspiração desta edição. Criar modos de viver de forma a regenerar a Terra e promover a justiça social, a solidariedade e o bem viver. Retomar o amor como um valor e uma prática que guie nossas vidas. Reivindicar o autocuidado como um direito, uma política e um horizonte e criar redes de apoio mútuo entre nós, mas também políticas que teçam estruturas sociais que promovam o cuidado. Olhar para dentro de nós mesmas, conhecer nossos sonhos, nosso mundo interior, nossos valores e nossas intenções nos apoiam nessa caminhada.
Desejamos que a Mandala seja uma amiga e companheira nessa jornada.
Com amor,
Ieve e Naíla
Em sua oitava edição, a Mandala Lunar é um convite para a auto-observação e a percepção de si mesma. Funciona como um diário, agenda e livro, com espaço para registrar, criar, perceber e acompanhar seus hábitos, sensações físicas e emoções – como uma forma de investigar a si mesma, compreendendo seus ciclos e os da natureza.
Nela, você vai encontrar um lunário do ano, calendário mensal, conteúdos sobre ciclos da natureza, diagramas lunares e página de intenções de lua nova, páginas de escrita de intenções e reflexões no início do ano, nos solstícios, nos equinócios e no final do ano, páginas datadas de diário em formato horizontal, com dois dias por página com as fases lunares, os dias das deusas, as datas comemorativas, os feriados e as efemérides do Sol, da Lua e da Vênus nos signos.
Conta também com ilustrações, textos e poesias inspiradores e potentes, assinados por fantásticas autoras e artistas convidadas, e com páginas livres pontilhadas e numeradas, para serem usadas como você quiser.
Um novo ciclo está chegando! Com amor, alegria e esperança, convidamos você a mergulhar nessa jornada transformadora de autoconhecimento a partir da escrita e da auto-observação. Vamos juntas!