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Mandala Lunar e a Menopausa

A espécie humana é uma das poucas em que as fêmeas deixam de ser férteis quando ainda têm muitos anos de vida pela frente. A menopausa – quando a mulher deixa de menstruar – é um momento natural e programado biologicamente para acontecer e existe desde os primórdios da jornada humana.

E quando se pensa em menopausa, o que geralmente vem à cabeça são os sintomas físicos gerados pelas mudanças hormonais. No entanto, a menopausa é um terreno vasto e há uma série de assuntos relacionados a essa temática. E é para aprofundar mais esse tema que criamos uma série de postagens em nossas redes sociais e que agora reunimos também aqui. Esperamos que gostem!

Mas, afinal, o que é menopausa?

A menopausa é quando ocorre o completo fim das menstruações. Pode-se considerar a menopausa quando se passam 12 meses sem menstruar. A fase de transição para o fim dos ciclos menstruais é chamada de climatério e é um período lento e gradual, decorrente da queda da produção de estrogênio pelos ovários.

Embora seja um momento natural e programado biologicamente para acontecer, a menopausa ainda carrega narrativas misóginas que envolvem uma aura de vergonha, tabu e preconceito. Vivemos em uma sociedade que celebra a juventude e não aceita o envelhecimento das mulheres. Mas é possível olhar para esse momento de outro jeito.

Podemos celebrar a chegada dessa etapa incorporando o arquétipo da mulher sábia, usando nossa energia para nós mesmas, permitindo nosso florescimento interior e nossa vida criativa.

Em relação aos sintomas que aparecem na fase de transição – como calorões, ganho de peso, insônia e secura vaginal – e podem trazer desconforto para as mulheres, a indicação é que possamos identificar práticas de autocuidado e rever questões relacionadas a nosso estilo de vida. Alimentação adequada, exercícios físicos como yoga e atenção à saúde mental podem ajudar a passar por esse processo com mais leveza.

Você pode aproveitar o momento para olhar para si e se questionar. Como estou vivendo meus ciclos? Sigo cíclica na menopausa? Como me sinto agora? Onde vou colocar minha energia?

Perimenopausa é travessia

Ilustração de Julia Vargas

Ao contrário do que muita gente imagina, nossa capacidade reprodutiva não se encerra abruptamente. É um processo que leva anos e é chamado de perimenopausa – período de dois a 12 anos que antecede a última menstruação. Se a menopausa costuma ocorrer entre os 45 e 55 anos, a perimenopausa, portanto, pode começar por volta dos 35 anos.

Esse processo de declínio da produção de estrogênio pelos ovários é lento e gradual. Nossa fertilidade começa a diminuir aos poucos, e nosso corpo passa por uma adaptação a um novo padrão de produção de hormônios, como uma segunda puberdade. Por isso, podemos sentir mudanças em nossos ciclos menstruais – ciclos mais longos, mais curtos ou irregulares, fluxos mais intensos, aumento das cólicas, insônia, calorões, entre outros.

É possível olhar para esse momento natural, programado biologicamente para acontecer, como uma oportunidade para aprendermos mais sobre nós. Observar nossas transformações e reconfigurar práticas de autocuidado e hábitos são formas de passar por esse momento de maneira mais leve, desfrutando da jornada e apreciando o percurso. Rever a alimentação, manter uma rotina regular de exercícios físicos, meditar e cuidar da saúde mental também são passos fundamentais.

A perimenopausa é travessia. É como um rito de passagem. O percurso pode ser extremamente desafiador; mas o caminho pode surpreender e se mostrar mais bonito do que você imagina. Aproveite a paisagem!

A Menopausa e a hipótese da avó

Algumas linhas de pesquisa compreendem a menopausa como uma vantagem evolutiva: é a “hipótese da avó” – que trata da importância das avós em nosso sucesso evolutivo.

De acordo com essa hipótese, ter uma avó por perto seria um fator de proteção tanto para as mães quanto para seus filhos, favorecendo a colaboração entre gerações e contribuindo para a sobrevivência e a perpetuação das linhagens. 

Nos tempos mais antigos, era comum as famílias terem, em média, oito crianças – e algumas mulheres tinham até 20 filhos. Nesse sentido, a ajuda das avós na criação e nos cuidados seria fundamental para a garantia de que as crianças chegassem à idade adulta.

Ainda que haja tantos tabus em torno da menopausa, podemos olhar para esse período como um presente da natureza e celebrá-la como o momento da vida em que incorporamos o arquétipo da Mulher Sábia. Podemos usar nossa energia para nós mesmas, para nosso florescimento interior e nossa vida criativa ou para cuidar de nossa família ou sociedade.

Livres para envelhecer do jeito que quisermos

A menopausa ainda carrega muito tabu. Vivemos em uma sociedade que cultua a juventude e rejeita a velhice; que quer ditar comportamentos aceitáveis ou não a partir de determinadas idades. Mas não deveria ser assim. Deveríamos nos sentir livres para envelhecer exatamente do jeito que somos. 

À medida em que aprendemos a honrar a natureza cíclica de toda a vida, e valorizar cada uma de suas fases, poderemos, como sociedade, normalizar mulheres mais velhas se aventurando, experimentando outros caminhos ou seguindo os mesmos que sempre amou. 

Celebraremos a idade que avança com a consciência de que os anos nos trazem sabedoria, autoconhecimento e também coragem para sermos o que quisermos, empreender projetos novos, escalar montanhas, estudar algo que sempre desejou, viajar, criar, dançar, perceber-se uma gostosa e gozar livremente.

Clarissa Pinkola Estés, em A Ciranda das Mulheres Sábias, diz que podemos “ser jovens enquanto velhas e velhas enquanto jovens”. Então, não vamos nos render a uma sociedade que quer nos estigmatizar, dizer o que podemos fazer ou vestir, onde podemos ir ou como devemos nos sentir. Juntas, amparadas umas pelas outras, encontraremos a força e a coragem necessárias para sermos livres, autênticas, donas da nossa própria identidade, ocupando os espaços que quisermos.

Vamos olhar para nós mesmas, para nossas mães, tias, colegas, amigas e avós. Quem são as mulheres mais velhas que você e que te inspiram?

Menopausa e a Mandala Lunar

A Mandala Lunar pode ser uma aliada nesse período, uma ferramenta para você registrar seus sentimentos e sintomas, configurando-se como um guia, um instrumento de autoestudo. Você também pode usar suas anotações diárias para levar às consultas com sua ginecologista ou psicoterapeuta, por exemplo.

Se você está vivendo esse período, compartilhe conosco como você se sente? E se quiser ter a Mandala Lunar como aliada, encomende a sua!

2 Comentários

  1. Solange

    11 de março de 2024

    A mandala lunar menopausa é diferente da mandala lunar “normal” ?
    Como consigo a mandala menopausa ?
    Gratidão

    • Mandala Lunar

      12 de março de 2024

      Oi, Solange! É a mesma Mandala Lunar <3 Apesar de o livro ter conteúdos voltados a quem menstrua, ele pode ser utilizado por qualquer pessoa.
      Tanto por mulheres que menstruam quanto pelas que não menstruam mais para que possam observar suas mudanças cíclicas. Você também pode, através do uso do diagrama lunar, acompanhar as mudanças físicas e emocionais da menopausa. Na Mandala Lunar, há algumas sugestões de símbolos que podem te ajudar nesse processo.
      Para além do ciclo menstrual, existem muitas coisas que podemos aprender sobre nós mesmas ao criarmos espaço e tempo para pausa, reflexão e registro de quem somos e como estamos a cada momento. <3 Um beijo!

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