Veja como a auto observação pode ser uma aliada nesse período
A chegada de um bebê muda radicalmente a vida da mãe e a dinâmica familiar. Os desafios físicos, emocionais e psicológicos são inerentes ao período, conhecido como puerpério, e cada vez mais trazidos ao debate público pelas mulheres. A psicóloga perinatal Camila Barros, 37 anos, explica que esta é uma fase de adaptação em que a mulher experimenta uma intensa elaboração psíquica. “Por sua complexidade, entende-se que dura em média até 36 meses após o parto, o tempo necessário para que a mulher se sinta equilibrada em seus diferentes papéis sociais”.
Camila aponta que privação de sono, perda de referências de ritmo, falta de espaços de identificação, vida regida pelas necessidades do bebê, expectativas frustradas, perda de autonomia, falta de rede de apoio e de tempo para autocuidado são alguns fatores que – somados a mudanças hormonais e cerebrais – colocam o puerpério como um período complexo em termos de saúde mental e emocional da mulher. Diante de tantas novidades e exigências, é comum que as mães se sintam exaustas nessa fase.
Na gestação, as mudanças são graduais, mas com o bebê nos braços, a transformação é abrupta. “Apesar de socialmente ser esperado que o puerpério seja um período de realização, felicidade e alegria, este é marcado por intensas transformações com demandas emocionais muito diferentes do que qualquer outro período vivenciado pela mulher”, pontua a psicóloga, que também é especializada em saúde mental da mulher e materna.
Mãe do Rudá, de quase 3 anos, a acupunturista Alice Tesseler, 36, viveu o turbilhão do puerpério bem dedicada à auto observação com o auxílio da Mandala Lunar. “Quando engravidei, pensei: e agora? Tudo oscilava muito, eram emoções e ações fora do meu habitual. Quando meu filho nasceu, retomei as anotações e meu estudo pessoal, mas aí o que estava turbulento se tornou um verdadeiro tsunami. Foi muito importante ter a Mandala Lunar em mãos para entender meu novo momento”.
Alice lembra que retomou seu ciclo menstrual logo nos primeiros meses do filho, o que, na sua avaliação, ampliou a necessidade de autoestudo. “Menstruei em seguida, e naquela bagunça toda, foi essencial minha Mandala Lunar para me recordar do meu norte. Anotava, escrevia, expunha minhas múltiplas facetas ali. Um tanto para me entender, um tanto para acompanhar minha fertilidade. Foi mais suave e leve ter essa companhia da Mandala Lunar para atravessar aquela experiência do puerpério. Como nós mulheres sabemos, não é fácil. Mas passa! E junto às minhas descobertas pessoais, tive mais clareza e firmeza para ressurgir, das cinzas”.
Mãe de uma menina de 5 anos, Camila conta que foi após sua própria passagem pelo puerpério que se enveredou para a psicologia clínica. De acordo com a especialista, é esperado que a mulher apresente grandes variações em sua forma de se manifestar e expressar no puerpério, no entanto todas nós temos parâmetros particulares que podem apontar para questões mais preocupantes. “A Mandala Lunar é uma excelente forma de mapear emoções e comportamentos e a partir disso podemos avaliar o quanto estão intensos e frequentes, por exemplo, importantíssimos para sinalizar questões de saúde mental mais complexas”.
Além disso, pontua Camila, mapear também acontecimentos, fatos ou variáveis que demonstraram trazer mais leveza ao processo podem ser excelentes ferramentas estratégicas para melhorar os momentos mais pesados do processo. “, ainda, acredito que a Mandala oferece uma excelente oportunidade de desaguar o que muitas vezes não é “permitido” socialmente a mulher nesse período tão cercado de tabus”, salienta a psicóloga.